Buscando uma Adoração que se Assemelhe à Perfeição do Céu
Buscando uma Adoração que se Assemelhe à Perfeição do Céu

“Senhor, faça com que a nossa igreja se assemelhe à perfeição do Céu.”


Nos últimos 20 anos de ministério, tenho feito esta oração. E por eu ter pastoreado duas igrejas quebradas por divisões repulsivas, encorajo os outros na minha equipe a também orar ansiosamente a mesma oração.


A igreja que eu pastoreava anteriormente, estava no centro de um distrito de classe alta, onde 99% da população era de brancos. Então, quando pela primeira vez em nossos 60 anos de história, uma família negra nos visitou, ela foi inundada com  boas-vindas. Depois deles terem se juntado a nós, a esposa me perguntou: “Essa igreja é sempre simpática assim ou é apenas porque somos negros?” Respondi honestamente, “Linda, esta é uma igreja amigável, mas a verdade é que temos orado por muito tempo para vocês virem!”


O centro de Augusta na Georgia, EUA é totalmente diferente dos subúrbios em St. Louis, Missouri, EUA. A renda média anual é de 17.000 dólares, e 85% da população são negros. Mas há 10 anos, a demografia de nossa igreja era a mesma que a igreja suburbana em St. Louis: classe média-alta, em sua maioria brancos, sem membros que viviam na vizinhança da igreja.


Como Tudo Começou

Tudo começa com a renovação do evangelho. À medida em que Deus trouxe avivamento para nós aqui na Primeira Igreja Presbiteriana (FPC), o evangelho nos obrigou a buscar alcançar a nossa “Jerusalém”, que é conhecida por “Olde Town”. Como Jeosafá, temos orado: “nem sabemos o que havemos de fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti.” (2 Cr 20.12)


O título de um livro da época, “O Amor Andou Entre Nós”, deu-nos uma ideia de como começar. Como congregação, começamos a fazer caminhadas de oração pelo centro da cidade. À medida que observávamos necessidades, nós ministrávamos ali na hora ou nos organizávamos para voltar e ministrar mais tarde. Eventualmente, nossos membros começaram a se mudar para o centro, reformando casas antigas e “retomando” à nossa comunidade. A partir desta consciência encarnada das necessidades, vários ministérios surgiram: uma escola particular sem fins lucrativos, uma clínica que oferece serviços médicos para a comunidade, um ministério da juventude, um programa de reforço escolar para estudantes, um instituto de arte que pretende glorificar a Deus através das artes, um centro de mobilização de comunidades para transformar bairros degradados, uma programa de desenvolvimento de lideranças, ministérios vocacionais, ballet, e um ministério infantil. Amizades inter-raciais surgiram a partir destes esforços. Outra benção foi que irmãs e irmãos negros estão participando e se juntando à nossa igreja.


Com o desenvolvimento de amizades entre uma diversidade de raças, idades e níveis socioeconômicos, temos podido obter respostas honestas à perguntas como: “Como aqui, sua nova igreja, poderia tornar-se um lar ainda melhor para você e os amigos que você deseja convidar?” Ao mesmo tempo em que nossos pastores e líderes fizeram tais perguntas a indivíduos e pequenos grupos, nós recentemente organizamos um “Encontro da Diversidade na Adoração” com o maior e mais diversificado grupo que tivemos reunidos até agora. Os insights desses diversos líderes no nosso ministério foram tão úteis que achei que deveriam ser compartilhados com outras pessoas que buscam as mesmas prioridades do evangelho.


O Que Nossas Pesquisas Têm Mostrado

A razão mais comum para a escolha de permanecer na nossa igreja era que cada um se sentiu “bem-vindo” por membros da congregação. Vários disseram que os membros da igreja pareciam “realmente interessados em quem eu sou.” Como recém-chegados a uma igreja predominantemente composta por brancos, as boas-vindas foram tão calorosas que eles perderam o “medo de serem julgados”, caso não fizessem algo do “jeito certo”. O momento mais comumente mencionado em que estas boas-vindas ocorreram foi a “Passagem da Paz”, um tempo no meio do culto de adoração quando respondemos à certeza da graça perdoadora, nos cumprimentando uns aos outros com, “A paz de Cristo esteja contido.”


Quando perguntados sobre o que mais apreciavam sobre um culto típico da manhã, as respostas foram:


“momentos de silêncio”

“ajoelhar para a confissão pessoal de pecados”

“a confissão de pecados”

“a pregação consistente do evangelho vs. lei”

“a passagem da paz”

“confissão de pecados cantada”

“confissão de fé (credos ecumênicos)”

“a benção”

“ocasionalmente cantar músicas no meu idioma ou estilo cultural” (por exemplo, estrofes em espanhol ou suaíli ou usando tambores folclóricos)

“citar as Escrituras na pregação ao invés de opinião pessoal”

A maioria estava hesitante de que algo deveria ser alterado. Salvaguardaram bastante a integridade da igreja. “O conteúdo deve ser uma prioridade maior do que preferências pessoais”, vários disseram. Outro comentou: “Eu gosto desta igreja. É por isso que estou aqui!”


Além das boas-vindas calorosas, no entanto, houve vários insights sobre quais esforços continuamente comunicavam que membros de culturas não-majoritárias eram altamente valorizados:


“as pessoas que lideram lá na frente se parecem comigo”

“o entusiasmo/emoção genuína em quem está liderando, cantando ou tocando”

“os esforços, mesmo que com dificuldades, de apreciar o meu background” (por exemplo, cantando num idioma diferente, baterias, órgão B3, spirituals (louvores da comunidade negra americana), R&B)

Quando perguntados sobre o que pode repelir não frequentadores de uma minoria alguém disse:


“a demanda de pensar em todo o culto vs. uma experiência emocional mais demorada”

“o silêncio vs. os améns que as vezes gritam”

“estereótipos raciais não intencionais”

“uma predisposição a se sentir estereotipado”

Quando foram perguntados sobre o que poderia melhorar a experiência musical de membros de minorias, as sugestões mais comuns foram:


“bateria”

“mais instrumentação” (trombetas, trombones)

“ampla variedade de estilos de melodia para hinos”, tal como da banda “Ascend the Hill”.

“mais momentos a capella para ouvirmos as vozes uns dos outros”

Todos concordaram que os hinos eram a ferramenta mais unificadora para o culto. Embora a letra dos hinos fosse o mais importante para todos os líderes, e que as melodias familiares ajudavam a recordar memórias importantes de sua experiência de infância com a igreja, todos estavam abertos também a novas melodias. Eu incentivei a todos os participantes a fornecerem sugestões de hinos, estilos musicais, e instrumentação.


Os Hinos Unem

Encerrei a reunião com alguns insights recentemente adquiridos do artigo de Scott Aniol “Evangelical Worship and the Decline of Denominationalism” (2015) [Culto Evangélico e o Declínio do Denominacionalismo]. Juntando pesquisas encontradas em uma série de outros estudos recentes, Aniol observa que numa pesquisa de 14 hinários denominacionais a partir de 1978 até o presente, encontrou 149 letras comuns (a partir do século 4 até o 20) e 179 músicas em comum. Outros levantamentos de hinários mais antigos de até 1737 identificaram cerca de 30 hinos que apareceram na maioria dos hinários. Sua conclusão foi que salmos, hinos e liturgia unem através de linhas denominacionais sem minimizar questões teológicas.


Há um núcleo de hinos que são transdenominacionais, uma vez que enfatizam o poder libertador da cruz, apesar de todas as forças opostas, bem como temas cristãos básicos, como o poder de Jesus, a oração e o amor de Deus. Músicas de louvor e adoração contemporâneas, associadas ao movimento carismático (que agora caracterizam o estilo musical de 51 por cento das igrejas evangélicas de todas as denominações) tendem a dividir, visto que tendem a colocar as questões estilísticas e de demografias culturais acima da teologia.


Três Estratégias Úteis

Assim, juntos, concluímos as seguintes grandes ideias para a nossa busca contínua de uma congregação que se assemelhe à perfeição do Céu:


1. Acolhida

Temos de ser pró-ativos em acolher os recém-chegados. Para nós, isso inclui iniciativas como a colocação de grupos de membros diversos “da equipe de boas-vindas” em todos os pontos de entrada e encontro, que não só cumprimentam com um sorriso caloroso, mas oferecem a oportunidade de atender a qualquer necessidade (eles usam um cordão em volta do pescoço que diz “Pergunte-me!”). Significa continuar a reservar uma parte do precioso tempo que temos em nossos cultos de 75 minutos para “passar a paz.” E significa ampliar nosso “Centro de Boas-Vindas” significativamente, para que se torne um elemento arquitetônico de destaque que comunique a natureza de boas-vindas do evangelho, em vez de um espaço acrescentado à um antigo prédio histórico.


2. Consistência

Devemos manter o evangelho como foco central de todos os cultos, textos, credos e pregações. E temos que sempre buscar os hinos e músicas comuns que historicamente uniram a igreja.


3. Variedade

Devemos projetar cada culto de forma única, para que ao longo do ano, estejamos conscientemente incluindo uma diversidade de estilos musicais, instrumentação, volumes, idiomas e líderes.


Traduzido por Suzana L. Braga.


George Robertson é pastor sênior da Primeira Igreja Presbiteriana de Augusta, Geórgia, e um membro do Conselho da Gospel Coalition.


fonte https://coalizaopeloevangelho.org/article/buscando-uma-adoracaeo-que-se-assemelhe-a-compleicaao-do-ceu/


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